terça-feira, 18 de setembro de 2012

No início, toda dieta é difícil...
No pré-operatório você recebe a informação que vai ficar sem comer alimentos sólidos por 30 dias.
Como você está muito ansioso(a) para fazer a cirurgia, se dissessem que você ficaria 60 dias tomando sucos  com adoçante, Gatorade, água de coco, enfim... você ainda assim não desistiria, não é mesmo?
Mas daí você faz a cirurgia e na primeira semana vem o pensamento: "nossa! como é difícil!..."
Eu estou cansada de ouvir as histórias de pessoas que fizeram essa cirurgia e engordaram.
Parece que todo mundo quer te colocar um medo enorme, como se você já não tivesse medos suficientes...
Eu acredito que quem faz a cirurgia com todas as informações corretas, com acompanhamento psicológico, com plena consciência dos riscos e com o entendimento de que sem a Reeducação Alimentar, não adianta passar por tudo isso, NÃO VAI VOLTAR A SER OBESO!!!
Afinal de contas, a cirurgia é apenas uma ferramenta para te auxiliar no emagrecimento. É uma ferramenta muito mais eficaz do que o remédio anorexígeno que tinha efeito momentâneo. Mas ainda assim é apenas uma ferramenta.
O estômago, assim como o resto do seu organismo, vai se adaptar. Se o operado não fizer a reeducação alimentar aliada à prática de exercícios físicos e continuar com os maus hábitos que o levaram à obesidade, a cirurgia será um fracasso, como todas as dietas fracassadas pelas quais a maioria dos obesos já passou.
Nenhum operado consegue comer uma pizza inteira no pós-operatório. Mas se você passar o dia inteiro mordiscando pedaços pequenos de pizza, no final do dia você terá comido uma pizza inteira. Assim como uma caixa de bombons, para aqueles que não têm dumping, ou um pote de sorvete, leite condensado, etc...
Mas, se você optar por se alimentar de coisas saudáveis, como frutas, legumes, alimentos ricos em fibras, vitaminas e proteínas, toda a sua saúde vai agradecer e você vai conseguir o sucesso no emagrecimento.
Se você não gostava disso antes, aprenda a gostar agora. Não é fácil, mas não é impossível.
O essencial é aprender a gostar de você mesmo. Aprender a se tratar bem. Não colocar lixo na sua boca. Te tratar com carinho não é te dar um docinho para que você sinta conforto e sim, cuidar bem de você para que você tenha uma vida melhor. Pense nisso!!!
 

1º MÊS PÓS BARIÁTRICA

Venho contar para vocês como foi esse primeiro mês de pós operatório.
Logo nos primeiros dias após a alta do hospital, encarar a dieta líquida não foi fácil.
No quinto dia eu já havia enjoado de tudo. Só de olhar para a caixinha de suco diet eu tinha vontade de sumir...
Mas, entrei em contato com a nutricionista e ela me ensinou a fazer uma sopinha rala de batata com um pouco de cebola e alho, liquidificar e peneirar... Tinha que ter a consistência de leite. Fiz e adorei. Porque não estava mais aguentando o sabor adocicado dos sucos e Gatorades.
A água até hoje desce com muita dificuldade. Como é para vocês, já operados?
Na consulta de 10 dias fiquei muito feliz quando o médico disse que minha recuperação estava excelente, com os furinhos bem cicatrizados e... 7  quilos a menos!!! Nem acreditei! Melhor, acreditei sim e vibrei muito!!!
As primeiras semanas são as mais difíceis. Depois a gente acostuma e fica mais fácil.
Depois que passa é mais fácil falar sobre isso. Por isso deixei para postar apenas agora, que estou com 28 dias de operada.
Muitas pessoas falavam que não sentiam fome. Eu senti fome, sim. Mas é uma fome que você aprende a controlar, numa boa. Claro que ninguém quer colocar tudo a perder, então, tem que se conformar...
Depois que você começa a tomar as sopinhas, principalmente as mais consistentes (sem peneirar) a fome realmente some.
Bom, com 14 dias, eu já podia tomar as sopas sem peneirar. Senti um pouco de dificuldade para engolir as fibras liquidificadas da carne. Então eu colocava pouca carne na hora de liquidificar. Ou seja, fazia a sopinha com a carne, mas na hora de triturar eu deixava apenas um pedaço pequeno.
Ontem fui à nutricionista para receber as instruções da dieta branda que começou hoje, no 28º dia.
Eu também pensei que ficaria 30 ou 40 dias só na líquida, mas, ela disse para começar hoje.
Emagreci 10,5 Kg em 27 dias!!! Menos de 1 mês! Adorei o meu resultado e a nutri também elogiou muito.
No meu café da manhã não senti nenhuma dificuldade. Mas na hora do almoço senti muita dor na terceira garfada. Eu mastiguei muito, engoli aos poucos, muito devagar, mas mesmo assim senti muita dor. Uma dor no peito misturada com falta de ar... horrível. Mas passou. Minha nutricionista já havia me prevenido que seria assim no começo. Depois que me recuperei continuei almoçando e foi tranquilo. Só que não consegui comer tudo. "Tudo", no caso, são as 4 colheres (sopa) da refeição, sendo que uma delas é apenas de caldo de feijão.
A dieta branda é assim:
Café da manhã:
Fruta: 1/2 banana ou 1/2 maça sem casca, 1/2 pera sem casca, fatia pequena de mamão ou melão, ou 3 morangos.
+
1 torrada (Bauduco) ou  1 fatia de pão de forma (qualquer tipo) torrada sem casca.
OBS: Tem que ser torrado porque o pão sem torrar incha no estômago.
+
1 fatia de queijo ou 1 fatia de presunto magro ou requeijão light.
+
1/2 xícara de leite desnatado que pode ser batido com a fruta, ou 1 iogurte light, ou suco de fruta.
Lanche da manhã (ou colação):
Você pode comer a outra metade da fruta do café da manhã ou 3 Castanhas de caju ou 1 Castanha do Pará, ou 1 iogurte light.
Almoço:
1 colher (sopa) de arroz ou purê de batatas, ou 1/2 xícara de massa,
+
1 colher (sopa) de caldo de feijão
+
1 colher (sopa) de legumes cozidos (batata, cenoura, abóbora, abobrinha, mandioquinhas, etc)
+
1 colher (sopa) de carne moída no molho de tomate ou frango desfiado no molho de tomate ou peixe desfiado no molho ou 1 ovo cozido, ou 1 ovo mexido sem gordura, ou 1 ovo pochê.
Lanche da Tarde:
1 biscoito cream cracker ou água e sal com requeijão light+ meia fruta.
Jantar:
Seguir o exemplo do almoço.
Sugestões:
Escondidinho de carne moída: usar o purê de batatas com a carne moída e o requeijão light.
Macarrão: Pode usar a carne moída ou um molho de tomate.




domingo, 26 de agosto de 2012

Minha história bariátrica

Fui uma bebê magra, uma criança muito magrinha, do tipo que a mamãe entope de vitaminas e estimulantes do apetite, sem sucesso... Ficava de castigo quase todos os dias, por conta de não gostar de almoçar. E acho que esse não foi um bom começo de relacionamento com a comida. Aos 15 anos era uma adolescente ativa, que praticava voleibol, fazia academia e caminhava muito para me deslocar para os treinos, para as aulas de francês, para o colégio, academia, padaria, supermercado, etc... Não tínhamos o privilégio de ter carro em casa a nossa disposição e fazíamos quase tudo a pé. Depois dos 15 anos, a menina magrela foi encorpando e se tornando uma mulher cheia de curvas, do tipo que chamava a atenção pelas pernas bem torneadas e o bumbum bem brasileiro. Mas até aos 25 anos nada de alteração significativa de peso. Quando eu queria me livrar de dois quilos para ficar melhor no biquine do Verão ou naquele vestido de festa, bastava fazer umas caminhadas ou tirar o pão... Em questão de uma semana eu conseguia derreter 1,5 quilos com tranquilidade. Mas tudo mudou com o casamento, a chegada do primeiro filho, os compromissos profissionais, o stress, problemas no relacionamento, etc, etc... Coisas que fazem parte da vida de qualquer pessoa. Perdi o controle do meu peso. Aos 35 anos, pesando 92 quilos, uma 2ª gestação me levou a bater na porta dos 100 quilos, com 99,5. Uma vitória triste para quem se esforçou o máximo para engordar o mínimo. Na minha primeira gravidez, cheguei a engordar 17 quilos e tinha muito medo que isso se repetisse. Não parece nenhuma tragédia, não é mesmo? Mas para mim foi. O problema se instalou porque fui ganhando peso aos poucos e mesmo me esforçando para emagrecer, sempre ficava um saldo de quilos que se somavam ano a ano. Não emagreci depois da última gravidez. O máximo que consegui foram 10 quilos que voltaram a galope, pois, a Sibutramina, decididamente, não era minha amiga...
No auge dos 102 quilos, decidi buscar ajuda na gastroplastia.
Foi rápido. Decidi rápido. Operei em dois meses após a primeira consulta.
Fui a três cirurgiões para escolher o que fosse melhor para mim, mas, como já estava com os pedidos de exame que o primeiro me passou, fui adiantando as consultas e exames, que não são poucos e, quando escolhi o médico, Dr. Túlio Cunha da Clínica Gastro Obesi, já estava com os exames quase completos. Tratei uma bactéria descoberta na endoscopia, a H. Pylori, e então voltei para agendar minha cirurgia, logo que todos os exames estavam em mãos.
Minha cirurgia estava marcada para o dia 17/09/2012, mas surgiu uma vaga na agenda do médico, devido a uma desistência e então, aceitei antecipar para o dia 22/08/2012. Dia do meu novo aniversário.
Detalhe: minha cirurgia foi autorizada pelo convênio médico no dia 16/08 e no dia 21/08 recebi um telefonema da secretária do meu médico me perguntando se eu queria operar no dia seguinte... Foi um susto! Mas como estava ansiosa para fazer a cirurgia, aceitei no embalo.
Hoje, estou no terceiro dia da dieta de prova. Estou fazendo tudo certinho... Mas confesso que é muito pior do que eu imaginava. Me disseram que eu não sentiria fome. Mas eu sinto. Não suporto o cheiro da comida sendo preparada aqui em casa. O pior é que gosto de cozinhar. Sempre dou um pulinho na cozinha para dar um toque final nos pratos da minha secretária e, como estou de licença médica, ontem mesmo fui ajudá-la a preparar o almoço que estava divino e me contentei apenas com o cheiro, é claro!
Estou ansiosa como todos vocês já estiveram ou ainda estão. Não vejo a hora de voltar a usar as roupas que gosto. Sou vaidosa. Adoro me vestir bem, usar um belo sapato... Nada mais de sapatilhas, leggings e camisões!!! Adeus vida de gorda! 
Quando me operei estava com 104,7 Kg e tenho 1,64 de altura (já foi 1,65, acreditem!).
Quero chegar aos 58 quilos. Talvez 56. Meu limite máximo vai ser 60 quilos.
Vou fazer tudo que estiver a meu alcance para atingir meu objetivo.
Essa cirurgia não é fácil. Você sente dores, a dieta é muito rígida, você sofre muitas privações no início e ainda se sente culpada por ter chegado ao ponto de recorrer a uma cirurgia para emagrecer.
Mas a terapia ajuda a aceitar a culpa, a assumir a responsabilidade pela sua felicidade, a agarrar essa chance de fazer uma nova história...
Conto com vocês para participarem desse novo capítulo da minha vida!
Vou postar todos os avanços e as pesagens. As dúvidas e descobertas... Que tal participar me contando um pouco de você também?